Evento do HS traz realidade da doação de órgãos e aspectos técnicos

Home Notícias do HS Evento do HS traz realidade da doação de órgãos e aspectos técnicos

Dr. Eraldo Moura (centro, com a placa) foi homenageado no evento

A Bahia tem apresentado avanços importantes no número de doações e transplante de órgãos, como resultado do esforço e investimento realizados nos últimos 15 anos. A declaração feita por América Carolina Sodré, coordenadora da Central de Transplantes da Bahia, durante o evento “Vida que transforma, Vida que segue”, promovido pelo Hospital do Subúrbio (HS) no dia 27 de setembro, no auditório da Escola de Saúde Pública da Bahia Professor Jorge Novis, chamou a atenção do público para o passado de lutas e as vitórias logradas com o decurso do tempo.

O papel desempenhado pelo Hospital do Subúrbio no alcance desses dados crescentes, quanto à captação de órgãos, mereceu destaque na fala de América Carolina. Em 2018, das 133 doações efetivas de múltiplos órgãos, 33 ocorreram no HS. Até agosto deste ano, foram 111 doações na Bahia, sendo 16 captações por parte do HS, o que o coloca no topo do ranking dos hospitais captadores de múltiplos órgãos, em todo o estado baiano.

Participantes conheceram os dados sobre doação e transplante de órgãos no estado

Diante desse cenário otimista para os próximos anos e considerando a história de conquistas até hoje, a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do Hospital do Subúrbio homenageou o médico Eraldo Moura, cirurgião-geral do HS e ex-coordenador do Sistema Estadual de Transplantes da Bahia. Dr. Eraldo recebeu uma placa de agradecimento por sua contribuição destacada para a implantação do serviço de transplantes na Bahia e sua interiorização pelo estado, além de sua atuação incentivadora para que profissionais se engajassem e se especializassem na área.

Atualmente, a Bahia conta com banco de olhos e centros transplantadores de órgãos. “Hoje, muitos baianos podem ser transplantados aqui, por meio de um serviço de alta qualidade, comparado aos grandes serviços existentes no Brasil”, ressaltou Dr. Eraldo Moura. Com uma visão humanizada, ele deu um recado para quem estava presente: “Pensar no transplante é pensar em nós mesmos na fila do transplante”.

Antonio da Silva, pai de um paciente doador de órgãos, deu o seu depoimento

A variedade de assuntos abordados no evento foi outro ponto alto. A abertura e fechamento do protocolo de morte encefálica (ME), passando pela análise criteriosa dos requisitos para o seu diagnóstico, foi o tema tratado pelo coordenador da Neurocirurgia do HS, Adroaldo Rossetti. Os formulários e termos de autorização para captação de órgãos foram apresentados pela enfermeira Aline Buraneli, da Organização de Procura de Órgãos e Tecidos (OPO) do Hospital Geral Ernesto Simões Filho.

A comunicação da equipe médica e multiprofissional com familiares de pacientes, no processo de informar um diagnóstico difícil como o de ME, e a necessidade de acolhê-los no momento foram objeto da apresentação das psicólogas do HS Miriam Alves e Catarina Camandaroba. Seguindo na linha do acolhimento e das atividades desempenhadas pelo Serviço Social e pela CIHDOTT, a assistente social Fernanda Almeida falou sobre a entrevista familiar e o cuidado com a linguagem, o método e o conteúdo da comunicação, durante a abordagem da família para saber de sua aceitação ou não em relação à doação de órgãos. “A ressignificação da morte, para uma família, pode vir através do ato de amor da doação”, pontuou Fernanda.

Foi essa ressignificação que conseguiu amenizar a dor que Antonio Manoel da Silva sentiu com a perda de seu filho Marcelo Nascimento dos Santos, há 3 meses. Para sr. Antonio, saber que a doação de órgãos poderia salvar a vida de outras pessoas, que estavam esperando na fila de transplantes, soou como algo, de certa forma, consolador. Além do depoimento emocionante de sr. Antonio, o evento contou com a presença de Ozenir Silva, paciente transplantada, que, embora tímida, não conteve a alegria ao expressar seu sentimento por receber o rim de que tanto precisava para viver. “Estou muito feliz”, disse.