Cerca de 90 profissionais da área médica e da equipe multidisciplinar do Hospital do Subúrbio (HS) compareceram ao auditório da instituição, na manhã do dia 15 de março, para refletir e debater sobre a comunicação com pacientes e familiares em situações difíceis, diante do diagnóstico de doenças terminais e doenças crônicas. O tema foi apresentado pela médica e professora Iêda Aleluia, na II Sessão Clínica de Cuidados Paliativos do HS.
Traçando uma trajetória da formação do profissional de saúde, desde a universidade até o ingresso de fato na prática profissional, Iêda Aleluia abordou a perda de humanidade através da dessensibilização progressiva do profissional, cujo interesse passa a ser a doença, e não o doente. No ano passado, a professora publicou artigo sobre o ensino das sensibilidades, como “o olhar”, “o tocar” e “o sentir”, considerado fundamental para uma comunicação adequada. “É preciso valorizar o ouvir e o olhar do outro”, defendeu Iêda.
“Apesar dos avanços tecnológicos, a comunicação continua sendo uma ferramenta primordial e indispensável com a qual médicos e pacientes trocam informações”, afirmou a professora. Nesse contexto, comunicar de forma apropriada uma má notícia requer mais cuidado e atenção. Nos casos de situações difíceis, Iêda apresentou o protocolo SPIKES, geralmente utilizado nas instituições para a transmissão de más notícias.
Ter empatia, colocando-se no lugar do outro, foi uma das características apontadas pela professora, o que contribui para uma conduta humanizada do profissional de saúde. “Muitas vezes, colocar-se no lugar do outro é difícil, porque não vivemos a mesma situação daquela pessoa. Mas também podemos falar de empatia no sentido de estar perto do outro com compaixão, compreensão, acolhimento, e ao mesmo tempo preservação de seus próprios sentimentos”, explicou a palestrante.
A médica Iêda Aleluia é doutora em Medicina e Saúde Humana, professora auxiliar da Universidade do Estado da Bahia e professora assistente da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.