O Hospital do Subúrbio (HS) está entre as três unidades hospitalares da rede pública do estado que mais captam órgãos para a realização de transplantes. A boa notícia foi dada pelo coordenador do Sistema Estadual de Transplantes, Eraldo Moura, durante o 8º Curso de Capacitação em Diagnóstico de Morte Encefálica, realizado no HS, no sábado, dia 14 de maio.
O curso foi promovido pela Comissão de Educação Médica em Ética e Bioética do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), sob a coordenação da conselheira Hermila Guedes, e contou com a presença de profissionais médicos do HS e de outras unidades hospitalares. Durante todo o dia, aulas teórico-práticas foram ministradas com o intuito de fornecer informações sobre aspectos éticos e legais, além de dirimir dúvidas e ensinar os passos a serem seguidos para se estabelecer o diagnóstico de morte encefálica. Os participantes discutiram casos clínicos e aprenderam sobre como proceder na abordagem à família do potencial doador.
Em uma aula teórica sobre o panorama atual dos transplantes na Bahia, o coordenador do Sistema Estadual de Transplantes, Eraldo Moura, afirmou que o Hospital do Subúrbio tem atuação destacada quanto ao diagnóstico de morte encefálica e ao processo de captação de órgãos, ambos realizados de forma muito ágil. Segundo Eraldo, o HS figura no ranking das unidades com maior número de doações, junto ao Hospital Geral do Estado (HGE) e Hospital Geral de Vitória da Conquista.
Levantamento realizado pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos, Tecidos e Transplantes (CIHDOTT) do Hospital do Subúrbio mostra que, de novembro de 2010 até a primeira quinzena de maio de 2011, foram registrados 19 protocolos de morte encefálica, resultando em oito doações – sete doações de múltiplos órgãos (fígado, rins, córnea e coração) e uma doação de córnea.
O alto índice de captação de órgãos, motivo de orgulho para toda a equipe do hospital, é resultado de uma mudança de atitude encabeçada pela CIHDOTT do HS. Apesar do número elevado de recusas para doação de órgãos, situação frequente nas unidades hospitalares do estado baiano, o HS tem conseguido reverter esse quadro. “A abordagem junto à família do potencial doador somente ocorre ao final de todo o processo de diagnóstico. Ainda assim, os membros da comissão fazem com que os familiares se sintam à vontade para decidir sobre a aceitação ou negação da doação”, esclarece a coordenadora da CIHDOTT, Rejane Paiva.
Rejane explica que após a realização dos exames clínicos, diante da suspeita de morte encefálica, e fechado o protocolo, a CIHDOTT faz a abordagem à família. Havendo aceitação, a Central Estadual de Transplantes de Órgãos é acionada para realizar a captação no Hospital do Subúrbio. Para Eraldo Moura, o reconhecimento do HS se dá, principalmente, pela rapidez com que são abertos e fechados os protocolos. Mas a CIHDOTT do hospital também tem trabalhado para conscientizar a equipe do HS, envolvendo os diversos profissionais, e para esclarecer o processo de doação às famílias.
Além da explanação de Eraldo Moura, o curso de capacitação realizado pelo Cremeb contou com aulas teórico-práticas ministradas por Pedro Pereira, Lara Torreão, Maria Elisa Villas Boas, Camilo Vieira e Jaqueline Maia.