Maria da Penha Canário, de 52 anos, permaneceu atenta durante as explicações da coordenadora de enfermagem da Unidade de Internação Adulto Clinica Médica, Ana Karina Cerdeira, sobre diabetes mellitus, doença caracterizada pelo aumento do açúcar no sangue, conhecida simplesmente como diabetes. Os sintomas, conseqüências, fatores de risco e formas de tratamento da patologia foram abordados na quinta-feira, 15 de setembro, na aula inaugural do projeto de prevenção de doenças, voltado a acompanhantes de pacientes internados nas enfermarias do Hospital do Subúrbio (HS).
A primeira de uma série de reuniões que ocorrerão todas as quintas-feiras, das 9h às 10h, contou com participação efetiva de acompanhantes das unidades de internação III e IV, a exemplo das intervenções feitas por Maria da Penha que acompanha a mãe no hospital. As duas são diabéticas e, por isso mesmo, Maria tinha muita história para contar e muito a aprender com as orientações da coordenadora Ana Karina.
“Demorei para aceitar que tinha diabetes. Hoje, estou fazendo todos os sacrifícios em prol da minha saúde”, desabafou Maria da Penha, que baniu do cardápio as tortas e a cerveja de que tanto gosta. A enfermeira Ana Karina listou as práticas que aumentam os riscos de surgimento do diabetes e que também devem ser evitadas por pessoas em tratamento, como fumar, ingerir bebidas alcoólicas, ser sedentário e alimentar-se de modo inadequado. Histórico na família, estresse e idade acima de 45 anos são fatores que podem aumentar o risco da doença.
Recomendações
Para os diabéticos, ir ao médico regularmente e usar a medicação prescrita são atitudes essenciais. O caso de Maria da Penha serviu para ilustrar a importância dessas ações. Ao descobrir que sofria de diabetes, após fazer o teste com um medidor de glicose, ela decidiu fazer uso de um remédio que achava ser o ideal. “Tomava o remédio, mas ainda assim não deu certo. Quando fui ao médico, soube que não era o medicamento apropriado para mim”, contou.
A coordenadora de enfermagem Ana Karina discorreu sobre os principais indícios de que algo na saúde não vai bem. Fadiga, sede intensa e o aumento no volume de urina são alguns deles, embora algumas pessoas não apresentem sintomas. À medida que ela falava, as integrantes do grupo de acompanhantes concordavam e relatavam casos de familiares. Perguntadas sobre as complicações que podem advir de um quadro de diabetes sem acompanhamento médico (derrame, infarto, hipertensão ou gangrenas que podem levar a amputações), as participantes respondiam por si mesmas ou auxiliadas por Ana Karina.
Depois da reunião informativa, as acompanhantes receberam formulários para deixarem sua opinião sobre o encontro e o atendimento prestado no hospital aos pacientes. “Achei a iniciativa das reuniões muito boa. Esse hospital foi uma benção para quem mora no Subúrbio e para quem não tem condições de pagar plano de saúde, principalmente os idosos”, opinou Maria da Penha.
Temas
O projeto de prevenção de doenças realizado com grupos de acompanhantes propõe a discussão acerca de distúrbios metabólicos comuns, como hipertensão arterial, colesterol alto, obesidade e diabetes. Os temas serão tratados de forma alternada, a cada semana. De acordo com Ana Karina, a intenção é que os acompanhantes compreendam os cuidados necessários com os pacientes e previnam-se diante de doenças. “Devido ao quantitativo de pacientes com distúrbios metabólicos, tanto jovens quanto idosos, tivemos a ideia de iniciar um projeto do gênero”, explicou.
Estiveram na aula inaugural, ao lado de Ana Karina Cerdeira, a coordenadora do Serviço Social, Aline Grimaldi; as assistentes sociais Rafaela Elias e Cláudia Assumpção; as enfermeiras Hilmeire Silva e Marília do Vale; e a psicóloga Ana Carolina Ponte.
A formação de grupos de acompanhantes para falar a respeito da prevenção de doenças é mais uma dentre as iniciativas das equipes de Enfermagem, Serviço Social e Psicologia que já desenvolvem reuniões com abordagens relacionadas às orientações de acompanhantes quanto a normas e rotinas do HS.