A instalação do Hospital do Subúrbio (HS) e o seu consequente funcionamento ajudaram a reduzir o número de pacientes graves que davam entrada nas unidades de saúde do Distrito Sanitário do Subúrbio Ferroviário (DSSF) e no Hospital Geral João Batista Caribé (HGJBC). A constatação, feita pelos próprios gestores e coordenadores das unidades de saúde da região ao longo dos últimos meses, foi externada em encontro ocorrido no HS, na tarde de sexta-feira, 1º de julho, com representantes do corpo diretor da unidade hospitalar.
A declaração da diretora do HGJBC, Maria Letícia Carvalho, reforçou o que já é consenso entre os que lidam diariamente com as demandas de saúde da comunidade suburbana: com a chegada do HS ao Subúrbio, houve uma queda significativa nas demandas de urgência e emergência nas demais unidades da região, atualmente sobrecarregadas e carentes de infraestrutura e materiais.
Os problemas enfrentados pelos gestores e a importância da comunicação constante com o HS para melhorar a qualidade dos serviços prestados à população foram destacados pelos participantes do encontro. “Não podemos deixar à margem desse processo de assistência dos usuários o papel e relevância da informação. Por isso, precisamos interagir com a gestora do Distrito Sanitário do Subúrbio Ferroviário, gestores das unidades de saúde da região e médicos do hospital”, afirmou a diretora médica do HS, Lícia Cavalcanti.
A coordenadora do DSSF, Sílvia Pimentel, compartilha o mesmo entendimento de que é preciso haver integração com o Hospital do Subúrbio. E acrescentou: “Deveria existir um sistema integrado de atenção com a coparticipação do Estado e da Prefeitura na condução da saúde”. A criação de um grupo de trabalho tendo em vista a saúde do Distrito Sanitário do Subúrbio é a sugestão de Sílvia Pimentel para fortalecer a atenção à Rede Básica e de Pronto Atendimento, e promover maior harmonia entre as unidades.
Demandas
Além da troca de informações, com a discussão de casos em que pacientes foram encaminhados pelas unidades básicas ao HS e vice-versa, uma apresentação institucional contendo indicadores quantitativos e qualitativos do hospital foi realizada pela diretora médica Lícia Cavalcanti.
No último trimestre, a unidade registrou mais de 29 mil atendimentos considerados de níveis azul, verde e amarelo que, pelo modelo do acolhimento com classificação de risco, referem-se aos pacientes em situação de gravidade menor àquele paciente “vermelho”, caso mais grave que necessita de atendimento prioritário. A expectativa é de que esse número seja reduzido quando a rede de serviços de saúde no Subúrbio Ferroviário estiver munida de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em quantidade adequada, bem localizadas e estruturadas.
Os gestores das unidades do DSSF, atuantes em Ilha de Maré, Bom Jesus dos Passos, Vista Alegre, Plataforma, Alto do Cruzeiro, Itacaranha, São Tomé de Paripe, llha Amarela, São João do Cabrito e demais localidades, também conheceram de forma detalhada os números de atendimentos do HS, cujos pacientes são, em 65% dos casos, provenientes do Subúrbio Ferroviário e 15% de seu entorno. Cerca de 15% dos pacientes são moradores do bairro de Paripe, seguido por Periperi e Fazenda Coutos.
A realização periódica de reuniões entre os representantes das unidades de saúde da região e do HS foi definida, no encontro, como prática importante para que, juntos, busquem soluções e encaminhem aos órgãos do Executivo as necessidades dos serviços do DSSF. Pensando na contribuição do HS para o levantamento das demandas do Distrito Sanitário, foi feito um convite ao hospital para que participe do Conselho Distrital do Subúrbio. A previsão é de que na Conferência Municipal de Saúde, os representantes das unidades de saúde do Subúrbio informem aos gestores do Executivo Municipal os pleitos relativos à saúde na região. A conferência ocorre de 11 a 13 de julho, no Centro de Convenções da Bahia.