Há 19 dias internado no Hospital do Subúrbio (HS), o paciente Márcio Lima, 44 anos, teve o seu desejo realizado pela equipe da unidade hospitalar na tarde do dia 13 de fevereiro, após avaliação criteriosa de seu quadro clínico e verificada a necessidade de suporte emocional. Durante o horário de visitas, o paciente contou com a presença de um amigo especial, o seu cão Luky. Afastado do companheiro de todas as horas, Márcio pôde abraçar o amigo e matar a saudade, amenizando a dor causada pelo seu adoecimento e, como consequência, pela separação de seus cães.
Além de Luky, um legítimo cocker spaniel, o paciente tinha outro cão da mesma raça que, durante a sua ausência de casa, entrou em estado de tristeza profunda e sofreu de um mal-estar sem diagnóstico, seguido de eutanásia no animal. O fato provocou sofrimento ainda maior em Márcio, que já se encontrava fragilizado devido à sua internação enquanto paciente portador de doença renal crônica.
O caso de Márcio acabou por mobilizar as equipes médica, de Enfermagem, Serviço Social e Psicologia do HS, que tomaram todas as providências para amenizar a sua dor, tudo pensado com cautela e segurança. O resultado foi a visita individualizada, na área externa do hospital, realizada seguindo protocolos e respeitando as normas da instituição. “Estou feliz demais por terem compreendido a minha aflição. Não tenho palavras para descrever o que senti, foi gratificante. A saúde melhora muito mais rápido assim”, disse Márcio.
“O caso deste paciente envolve uma história particular. O vínculo com os animais é forte e isso impacta diretamente no adoecimento dele, por conta da distância. A vinda de Luky proporciona um conforto emocional que nenhum de nós poderia dar. Só quem poderia amenizar essa dor era Luky, que agora vai dar ânimo ao paciente”, relatou a psicóloga Rafaela Matias.
Para Luciana Amorim, assistente social do HS, participar de um momento de humanização como este traz felicidade à equipe, ao ver o paciente alegre e satisfeito. “A visita fez bem ao paciente e ao animal. Trata-se de duas vidas que têm sentimento uma pela outra”, reforçou a assistente social Gabriele Gomes. A irmã do paciente, Meire Lima, responsável por levar o cão para a visita, mostrou seu contentamento: “Amei ver a alegria de meu irmão. Agradeço a toda a equipe que se mobilizou para tornar isso possível”.