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PROJETO CANTANDO A ESPERANÇA

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Hospital do Subúrbio, fotos internas. Fotos Mateus Pereira/GOVBA

Os benefícios da música na recuperação de pacientes têm sido comprovados por pesquisas científicas em todo o mundo. O Hospital do Subúrbio (HS), em consonância com estudos desenvolvidos nas áreas da medicina e musicoterapia, em países como Canadá, Inglaterra e Brasil, e seguindo a Política Nacional de Humanização (PNH) do Ministério da Saúde, criou em setembro de 2016 o projeto Cantando a Esperança.

Idealizado pela direção do HS em parceria com o músico Armando Lui, o projeto tem a missão de oferecer aos pacientes, acompanhantes, profissionais de saúde e colaboradores do hospital doses de melodia que acalentam, acalmam e estimulam a prática do amor. O objetivo é harmonizar musicalmente o ambiente hospitalar, em especial as enfermarias e as Unidades de Terapia Intensiva, para atenuar o sofrimento das pessoas que precisam do cuidado médico, transmitindo o que de melhor a música-oração possui. Também se destina aos familiares dos pacientes (acompanhantes ou visitantes) e aos profissionais, auxiliando na redução da ansiedade e do estresse.

O trabalho musical realizado no projeto Cantando a Esperança foi inspirado na obra “Acalanto”, de Armando Lui, lançada em 2014 com formato intimista em voz e violão, na qual predominam composições autorais. Para o artista, “ser o mensageiro dessa ideia é um grande desafio e, ao mesmo tempo, uma oportunidade ímpar de se tornar mais humano”.

O projeto Cantando a Esperança é uma ação institucional de caráter permanente, ocorrendo uma vez por semana, quando quatro unidades do hospital são contempladas ao longo do dia. A inserção musical é realizada de forma cuidadosa, sem interferência na rotina de procedimentos e respeitando a privacidade dos leitos. O músico permanece no centro da UTI ou da enfermaria, o que permite a propagação do som para todos os leitos, bem como no Espaço de Convivência do hospital e nas recepções principal e do Ambulatório de Egressos. Pacientes das enfermarias cuja mobilidade não está limitada, deslocam-se, com a devida assistência, para ver a apresentação musical. É comum que pacientes e familiares solicitem o retorno do músico à unidade visitada.

Os efeitos da música – Os resultados obtidos a partir do uso da música no ambiente hospitalar, nas mais variadas instituições que abraçaram-na como recurso terapêutico, indicam uma mudança positiva na dinâmica de trabalho dos profissionais de saúde e um efeito calmante, que ajuda na diminuição do desconforto e mesmo da dor em pacientes, sendo apontado, ainda, como um fator contribuinte para a redução do tempo de internação.

No Hospital do Subúrbio, profissionais de sáude relatam a melhora no humor de pacientes e familiares, redução da insônia devido à doença ou ao tratamento, a tranquilidade e a paz que se instalam no ambiente hospitalar.

Ao fazer uso da música-oração como terapia e meio para a humanização, o HS promove uma melhoria do ambiente hospitalar. Muitos pacientes e familiares se emocionam e interagem com o músico, por meio do canto, do relato de seus sentimentos ou estado de saúde, e de agradecimentos. O hospital ressignifica o senso comum de lugar onde há dor e sofrimento para outro lugar, mais sociável e humano.

A integração entre espiritualidade, música e emoções no cuidado em saúde já foi analisada em pesquisas da área, como no artigo publicado no jornal da Associação Internacional para Música e Medicina (International Association for Music & Medicine), de autoria de Frances Hendriëhetta Le Roux e Christof Sauer. Os autores chegaram à conclusão de que para oferecer assistência integral ao paciente é preciso considerar as suas necessidades espirituais e emocionais.

 O uso da música para tratar sequelas de AVC também tem sido investigado pela comunidade médica, principalmente com o avanço das técnicas de neuroimagem. Na Inglaterra, pesquisa realizada pelo Chelsea and Westminster Hospital, de 1999 a 2002, mostrou que o emprego de música ao vivo e artes visuais provocou resultados psicológicos, fisiológicos e biológicos de importante significado clínico, com redução nos níveis de ansiedade e de depressão, influenciando de forma positiva na normalização da pressão sanguínea e batimentos cardíacos, e redução no nível de cortisol – hormônio relacionado ao estresse.