De acordo com a Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO-Ba), no período de janeiro a agosto de 2015, o Hospital do Subúrbio se destacou como a unidade hospitalar, entre públicas e privadas, que mais captou e notificou órgãos para a realização de transplantes no estado. Um levantamento feito pela CNCDO-Ba mostra que foram registradas 50 notificações de morte encefálica, resultando em 14 doações de múltiplos órgãos. Neste mesmo período, o HS realizou 62 notificações de transplantes de córnea, sendo que ocorreram 17 doações.
“Infelizmente, os números efetivos de doações de córnea ficaram abaixo do esperado, justamente por conta da negativa familiar e de fatores clínicos que impedem a doação. “A abordagem junto à família do potencial doador somente ocorre ao final de todo o processo de diagnóstico. Ainda assim, os membros da comissão fazem com que os familiares se sintam à vontade para decidir sobre a aceitação ou negação da doação. Esse é um trabalho de sensibilização que é realizado desde a entrada do paciente na instituição”, esclarece a coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos, Tecidos e Transplantes (CIHDOTT) do HS, Simone Alencar.
Apesar de ter atuação destacada quanto ao diagnóstico de morte encefálica e ao processo de captação de órgãos, ambos realizados de forma muito ágil, o reconhecimento do HS se dá, principalmente, pela rapidez com que são abertos e fechados os protocolos e pelo trabalho de conscientização.
Para marcar o Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado no domingo (27), a equipe do HS preparou um evento nesta terça, dia 29, para esclarecer o processo de doação às famílias. O trabalho foi desenvolvido em parceria com CIHDOTT do HS, a Organização de Procura de Órgãos (OPO) e Organização de Procura de Córnea (OPC).
Foi montado um estande em frente ao espaço de convivência do hospital, onde foi distribuído material informativo, cartazes, dada orientação médica, apresentado um Quiz (com perguntas e respostas), além de entregues brindes e um laço verde, símbolo da campanha. “É preciso que haja uma mobilização integrada dos profissionais do HS que fortaleça cada vez mais a divulgação sobre a importância de doação de órgãos e tecidos. E que este assunto seja difundido para a discussão no seio familiar, objetivando sempre a promoção da saúde”, afirma a assistente social Daniella Bonfim.
“Por mais que tenhamos trabalhado, ainda existe uma cultura de dizer não. Muitas famílias, por desconhecimento, não acreditam no diagnóstico da morte encefálica. Eles vêem o coração batendo e acreditam que o familiar está vivo. E esse trabalho de conscientização precisa ser feito continuamente, já que é muito difícil mudar esta cultura. O objetivo do sistema de transplantes, da central de notificação e dos hospitais, que estão com esses pacientes, não é de criar conflito. Existe um profissional treinado para fazer a entrevista familiar. Porém, a negativa ainda é de 70% das famílias. Precisamos intensificar e muito as ações”, destaca a supervisora do Programa de Estágio de Medicina do Sistema Estadual de Transplantes, Telma Lopes.
Ascom/Hospital do Subúrbio
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