O momento é de aprendizado e atenção redobrada para os 30 estudantes do Curso de Técnico em Enfermagem do Subúrbio Ferroviário de Salvador, parceria do Hospital do Subúrbio com a Escola de Formação Técnica em Saúde Professor Jorge Novis (EFTS), que teve início no dia 3 de janeiro. Com duração prevista de 13 meses, o curso, voltado para a comunidade do subúrbio ferroviário, já nas primeiras semanas, desperta o interesse dos futuros técnicos, que se dedicam e começam a imaginar a interação com os pacientes.
“Já tive a oportunidade de fazer um curso de instrumentação cirúrgica, de estagiar em alguns hospitais. Mas esta área não permite uma troca de experiências com o paciente, já que ele está anestesiado. Gosto muito dessa relação. Estou muito motivada. Quando concluir este curso de técnico, penso em me dedicar a uma faculdade de enfermagem. Me realizo na área de saúde”, disse Luciana Azevedo, 35 anos, moradora de Periperi.
A estudante preferiu se dedicar inteiramente ao novo projeto, que já era um desejo antigo. “A necessidade de um curso técnico como este é muito grande. O mercado pede esta qualificação. Sempre tive a intenção de fazer, mas era tudo muito caro. Quando consegui esta oportunidade aqui no Hospital do Subúrbio, agarrei com todas as forças. E o método de ensino é muito bom, inovador. Já aprendemos muito”, afirmou.
Método diferenciado – O curso trabalha com metodologia problematizadora, com uma ressignificação do papel do aluno e do professor em sala de aula. “O método não deixa o professor simplesmente como um superior hierárquico. Os alunos trazem muito da experiência deles para a sala, sobre o que acontece nas comunidades deles. A partir daí, vamos trabalhando os conteúdos”, disse a enfermeira do Hospital do Subúrbio e professora do curso Ivna Cavalcante.
O programa é composto por três módulos, cada um com cinco unidades didáticas. Ao todo, são 1800 horas/aulas, sendo 1.200 teóricas e práticas e 600 horas de estágios supervisionados. As aulas teóricas ocorrem no próprio Hospital do Subúrbio, ministradas por professores que também trabalham na unidade de saúde, enquanto que as de laboratório são realizadas na EFTS. Os estágios supervisionados vão acontecer, em grande parte, também no hospital, em articulação com a comunidade.
Visitas – Os alunos contam, ainda, com visitas técnicas. A primeira aconteceu no próprio hospital. “Eles conheceram detalhes da estrutura física da unidade de saúde. Os estudantes também já visitaram a Embasa e conheceram um pouco sobre o processo de tratamento de água em Salvador. Estas visitas são semanais e complementares ao conteúdo das aulas”, disse a enfermeira Andréia Ferreira, que coordena a iniciativa e é responsável pela Coordenação de Educação Permanente do Hospital do Subúrbio.
Com a conclusão das aulas, o objetivo é que os alunos possam trabalhar como técnicos em enfermagem no Hospital do Subúrbio. “A expectativa da Direção Médica é de ter, com o curso, profissionais qualificados, conhecedores dos processos de trabalho do próprio hospital, que possam ser absorvidos como funcionários da própria unidade de saúde. Acredito que, com profissionais qualificados e residentes no subúrbio, teremos maior fidelização deste técnico na unidade hospitalar. Além disso, com certeza, serão zelosos com o nosso patrimônio público e dedicados aos pacientes da sua comunidade”, disse Lícia Cavalcanti, diretora médica do Hospital do Subúrbio.
Para Alexandre Oliveira, de 28 anos, de Paripe, concluir o curso é, também, uma forma de homenagear a profissão do seu pai. “Quero seguir o exemplo dele e me tornar um técnico de enfermagem. Sempre pensei em fazer este curso, mas faltava oportunidade. Estou gostando muito de toda esta experiência. O curso é muito bom, a dedicação dos professores é grande. Não quero perder o foco do estudo em nenhum momento. Quero aproveitar ao máximo”, disse o estudante.