Proporcionar a melhor qualidade de vida possível a pacientes com doença avançada, sem possibilidade de cura ou reversão de sua condição de saúde, é a missão da medicina paliativa que no Hospital do Subúrbio (HS) passa a ser estimulada e suas práticas multiplicadas pela recém-criada Comissão de Cuidados Paliativos. Composta por 17 profissionais do HS de setores distintos, a comissão deu início às suas atividades no dia 16 de novembro, data em que foi oficialmente constituída, em reunião realizada nas instalações da unidade hospitalar.
Presidida pelo médico hospitalista clínico do HS, o hematologista, hemoterapeuta e oncologista clínico Fernando Luiz Vieira de Araújo, a Comissão de Cuidados Paliativos visa orientar e acompanhar profissionais na abordagem de pacientes, capacitando-os para compreender as necessidades do doente e familiares. Também incumbe-se de apoiar o médico assistente na decisão da paliação, o que fortalece a definição de condutas e ameniza o sofrimento prolongado de pacientes que já têm doença crônica instalada e irreversível.
Manter o espírito de cuidadores e de aprendizagem contínua, além de serem responsáveis por incentivar nas equipes ações permanentes de paliação são alguns dos desafios dos integrantes da comissão, apontados por Fernando Araújo em apresentação durante a reunião de criação do grupo. De acordo com o médico Fernando Araújo, mesmo na fase terminal de uma doença a qualidade de vida dos pacientes pode ser mantida em níveis satisfatórios, através do uso adequado das técnicas da paliação. O que se quer, portanto, é assegurar uma morte digna, atentando-se para a higiene e conforto do paciente, alívio da dor e controle de demais sintomas.
Entretanto, ele ressaltou que os cuidados paliativos não interferem na sobrevida do doente e não têm caráter curativo. “O objetivo não é mudar o curso natural da doença. É abordar complicações consequentes, intercorrências e qualquer sintoma que cause sofrimento”, explicou em sua palestra. Controlar os sintomas que surgem durante a evolução da doença incurável e que causam sofrimento significa contribuir para a dignidade da morte.
A necessidade da atuação cuidadosa de profissionais de saúde bem treinados, prescrições atualizadas, coerentes e criteriosas, e de uma abordagem multidisciplinar foram mencionados pelo presidente da comissão. Os sintomas mais comuns apresentados por esse tipo de paciente, a farmacologia adequada aos casos e formas de tratamento da dor e outros sintomas (desconforto geral, náuseas, confusão mental, depressão, agitação…) também foram explicitados pelo médico do HS.
Diante das diversas particularidades que envolvem situações de pacientes com doenças avançadas e terminais, como a resistência e negação da morte por parte de familiares e do próprio paciente ou o medo que este sente, o trabalho da Comissão de Cuidados Paliativos reveste-se de fundamental importância. A boa comunicação com o paciente, sempre transparente e que priorize a escuta, o suporte psicológico e a sensibilidade refinada do profissional de saúde são aspectos que não devem faltar no dia-a-dia de qualquer unidade hospitalar comprometida em garantir a dignidade de seus pacientes.
Integrantes da Comissão de Cuidados Paliativos do HS:
Fernando Luiz V. de Araújo – presidente da comissão
Alessandra V. de Santana
Bárbara Kraychete da Costa
Bruno Bacelar Pedreira
Lívia Ferreira da Costa
Luana de Alencar Freitas
Vinícius Coelho Dias
Ana Karina Alves
Daniela Cerqueira Bomfim
Erika Cássia Pereira
Fernanda Lima
Lília Schnitman
Marília S. do Vale
Patrícia Jambeiro
Rafaela Elias da Silva
Vanessa Moraes
Vivian S. do Nascimento