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HS realiza I Encontro sobre Captação de Órgãos

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Eraldo Moura e América Carolina trocaram experiências com os participantes

De um lado, a morte. Do outro, a esperança de viver melhor e ser o próximo contemplado da lista de espera por um órgão. Nas palavras do coordenador na Bahia do Sistema Estadual de Transplantes, Eraldo Moura, o transplante faz exatamente esta ligação: entre aqueles que deixaram de viver e aqueles que precisam melhorar o seu estado. A abordagem da família que perdeu um parente e a responsabilidade dos profissionais de saúde envolvidos com o processo de captação de órgãos foram debatidos no I Encontro sobre Captação de Órgãos do Hospital do Subúrbio (HS), na manhã do dia 28 de outubro, no auditório da unidade hospitalar.
Durante o encontro, uma certeza: Quanto mais doações são feitas, maior o número de transplantes e, portanto, mais pessoas são beneficiadas com a possibilidade de ter uma vida normal. Mas essa equação, que parece ser simples, não funciona tão bem na prática. Isso porque o processo de doação de órgãos mexe com o emocional de famílias e inclui um trabalho cuidadoso e responsável das equipes de saúde. “O transplante depende da coletividade, de uma sociedade educada e de um sistema de saúde que funcione”, explicou Eraldo Moura. E complementou, dirigindo-se aos profissionais de saúde, de diversos setores do HS, presentes no auditório: “O propósito é que sejamos responsáveis pela busca dos potenciais doadores e dos potenciais receptores”.
Os dados no estado mostram que é preciso progredir nessa busca. Segundo Eraldo Moura, 65% dos potenciais doadores – aqueles que entraram em morte encefálica – não são identificados, bem como metade dos doentes que precisam de transplantes. A negativa familiar também contribui para reduzir as doações. A Bahia amarga o segundo lugar em negativas, atrás apenas do Maranhão, com 66% de rejeição à ideia de doar órgãos.
Nesse cenário, ressai a responsabilidade dos profissionais de saúde. Para o coordenador do Sistema Estadual de Transplantes, eles podem permitir que outras pessoas continuem vivas ao informar às famílias que perderam seus parentes sobre a possibilidade de doação de órgãos, além de contribuírem para que elas amenizem o seu luto ao perceberem que podem ajudar outras pessoas.

Abordagem

A importância do acolhimento da família durante todas as etapas do processo foi destacada por América Carolina, enfermeira da Central Estadual de Transplantes de Órgãos da Bahia e especialista no processo doação-transplante pelo Centro de Estudos Israelita Albert Einstein em São Paulo. “As famílias bem orientadas tendem a doar. Elas precisam saber o que está acontecendo”, assinalou Carolina, que ressaltou o baixo índice de negativa familiar no Hospital do Subúrbio, o que confirma a boa capacitação dos profissionais do HS na preparação das famílias para a doação.
A enfermeira também salientou que todos os profissionais em contato com a família devem saber qual é, no momento, a etapa do protocolo de morte encefálica para transmitirem segurança em relação ao procedimento e explicarem os exames.
O trabalho de abordagem familiar realizado no HS, aliado à agilidade no diagnóstico de morte encefálica e no processo de captação de órgãos, tem dado bons resultados. No início do mês de outubro, o hospital foi elogiado e recebeu prêmio da Organização de Procura de Órgãos (OPO) pelo número de captações registradas no período de junho a agosto de 2011, sendo duas de múltiplos órgãos e quatro de córneas.
Integrantes da OPO foram ao HS no dia 5 de outubro, quando ministraram palestra sobre o tema da doação de órgãos. O evento, promovido pelo HS através do setor de Serviço Social, ocorreu em apoio à Semana Nacional de Doação de Órgão, e reuniu pacientes, acompanhantes e visitantes.

Diagnóstico de ME

As causas de morte encefálica, sua fisiopatologia e os critérios para seu diagnóstico também foram abordados em palestra ministrada por Eraldo Moura, que ainda tratou da diferenciação entre os reflexos medular e central. O médico diarista da UTI Cirúrgica do HS, Paulino Segundo, falou sobre os cuidados com a manutenção do potencial doador até o fechamento do protocolo de morte encefálica. “Precisamos cuidar do paciente para que os órgãos se mantenham viáveis para que sejam doados e beneficiem outro paciente”, pontuou Paulino.

Premiações

O I Encontro sobre Captação de Órgãos do Hospital do Subúrbio contou com sorteio de camisas da Central de Transplantes que fazem referência à doação de órgãos. Participantes do encontro, a enfermeira da UTI Adulto, Ivna Cavalcante, a coordenadora de enfermagem da Unidade de Urgência e Emergência Adulto e Pediátrico, Faíla Pereira, e a farmacêutica Deyme Miller foram as felizardas.